Está aí uma das maiores especulações dos últimos meses: Android em netbooks e eventualmente uma distro para desktop. Eu sei, eu sei: “oh não, mais uma distro Linux”. Não. É exatamente isso que falta no Android: o GNU/Linux™ e isso pode ser algo bom.
O usuário de celular comum, ou seja, 99,9% das pessoas, não sabe nem mesmo que o celular roda um sistema operacional. É transparente: liga, tem ícones, acessa funções, fim. Entra em cena o Android, baseado em GNU/Linux com uma máquina virtual rodando aplicativos e facilitando a vida do desenvolvedor. O outro componente da fórmula: uma empresa, gigante, muito conhecida, com dinheiro e talento para tocar um sistema operacional.
E essa mesma empresa provê aplicativos, interfaces de programação para aplicativos (Application Programming Interfaces – APIs), computação na nuvem, trabalha com muito código livre, usa Python intensivamente (uma das linguagens mais quentes do momento) e vem sistematicamente conquistando desenvolvedores. Ainda é pouco perto das legiões conquistadas pelo Java ou pelo C#, mas isso não impede que a Google abrace a interoperabilidade cada vez mais.
Microsoft Windows vs Google Android?
Calma, não tão depressa.
Notem que o Linux estará lá e os geeks continuarão com suas distros experimentais com ususários suficientes para uma van. Mas ao mesmo tempo, o mercado Mobile e Netbooks mostra uma porta de entrada para algo diferente. Não é Linux, é “Android”. O usuário não sabe o que é Linux, vai continuar não sabendo e poderá ser feliz sem jamais saber. E sim, com drivers, aplicativos proprietários e todas as interações com código 100% fechado possíveis para ser útil, sem filosofia.
Até aí, concordo que o Android tem chances. Mas o artigo fala que a Microsoft tem ainda 2 ou 3 anos para respirar e a partir daí a Google mudará a dominância da empresa. Hã? Para tudo.
O analista que falou com a ZDNet Asia esquece que a Google compete com o Android em um mercado MUITO mais competitivo que o Windows. Ele pareceu esquecer ignorar completamente a existência da Nokia e da Apple. A argumentação perdeu o sentido porque voltou ao Santo Graal das empresas de tecnologia: desafiar o Windows no desktop, Linux vs Windows, blá, blá, blá.
E mais, é como se toda a concorrência continuasse parada, sem fazer absolutamente nada. Eu acho que o maior desafiador do Windows já existe e se chama MacOS X. As afirmações são mais um “desejo” do que dados concretos e para o desenvolvedor, o que realmente importa são dados concretos.
Conclusão
1. C/C++, Java, C#, Objective-C, Python, Ruby, PHP e VB.Net são linguagens que você pode investir seu tempo. Há demanda e você pode apontar suas baterias para o desktop ou para a web por causa da convergência entre aplicativos parcialmente conectados e outros que rodam no browser com funções offline. Lembre-se: são FERRAMENTAS.
2. Google + Android + APIs são uma força do mercado, sem dúvida alguma. O melhor de tudo é que muito do que se aprende com as linguagens acima, pode ser usado em várias frentes como parte de aplicativos web, soluções desktop e agora mobile. A empresa tem muitos kits de desenvolvimento que ela mesma usa em seus serviços online. Atuam em várias frentes, principalmente na computação na nuvem e usam o browser como plataforma de distribuição de aplicativos. É um bom momento para desenvolvedores web. A documentação é suficiente e aprende-se muito com o código livre.
3. Apple + APIs + iProduto são uma ótima plataforma de desenvolvimento, negócios e possuem um bom produto. Já existe demanda no mercado para programadores especialistas nas tecnologias da empresa e agora não há mais volta. A empresa veio pra ficar e será um concorrente forte para qualquer um. Foram os únicos em 20 anos a conseguir desafiar a Microsoft no desktop com sucesso.
4. Microsoft é um universo, não apenas a “fazedora” do Windows. A empresa está na área de desktops, mobile, servidores, netbooks, corporações, entretenimento e possui uma montanha de desenvolvedores, uma das mais perfomáticas e maduras plataformas de desenvolvimento. É uma empresa extremamente eficiente em integrar produtos e tecnologias. Quem aprende .Net, hoje, tem como acessar tudo o que a empresa oferece e a documentação, exemplos e ferramentas é tão vasta que poderia escrever um livro apenas citando o que já existe. Nada se compara ao MSDN.
Fonte: CNet Business Tech